terça-feira, 20 de agosto de 2013

A dura vida de um árbitro da várzea: "Colocaram uma arma nas minhas costas dentro do campo"

Juliana Vaz

Ubiratan Silva Alves é Mestre em Educação, Doutor em Educação Física e Pesquisador da Unicamp. Mas antes mesmo de conquistar o primeiro diploma na USP, ele fez um curso de arbitragem pela Federação Paulista de Futebol.

No final da década de 1980, com 22 anos, Bira apitou diversas partidas na várzea, como parte do estágio para a conclusão do curso complementar.

Nas andanças por terrões de São Paulo, ele guardou algumas histórias curiosas, como você vai ouvir abaixo, na própria voz do personagem.

Armado do Real Parque

Bira foi bandeira de um jogo em um campeonato amador no bairro Real Parque, zona oeste de São Paulo. A disputa era por mata-mata, então algum time seria eliminado naquele dia.

“Eu senti alguém cutucando minhas costas e quando eu olhei o indivíduo me mostrou uma arma e me disse que se o time dele não ganhasse ninguém iria sair de lá”.

Será que alguém se machucou nessa história ou o time do chantageador saiu vitorioso?
Ouça Ubiratan contando em detalhes o que aconteceu.




Protegido na penitenciária

Em outro estágio, Bira foi apitar algumas partidas na Penitenciária do Estado de São Paulo, que ficava atrás do Carandiru. Ele confessa que ficou com receio ao entrar no local, mas logo percebeu que estaria bem seguro e que tudo era muito organizado.

“Fui recebido pelo "Uruguaio", que era o presidente da Federação Presidiária de Futebol, e ele me mostrou como fazia as transferências. Cada jogador tinha um preço pré-estipulado por maços de cigarro, como se fosse um passe e isso logo me chamou a atenção".

Quer saber como foram os jogos e porque os detentos respeitaram o Bira?
Então ouça a história abaixo.




Depois de tanto "sufoco" apitando na várzea,
 Bira conseguiu o diploma de árbitro na Federação Paulista de Futebol
Foto: Diário Popular 1989



Bira na época em que cursava Educação Física e Arbitragem (1989) e atualmente (2013)

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