segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Do campo ao banco! Depois de 15 anos nos gramados, jogador chega aos 30 e vira técnico

Juliana Vaz

Foi com 15 anos que ele começou a jogar futebol de várzea. 15 anos depois o time dele debutou e ele, com 30, virou treinador. Rimas e trocadilhos a parte, essa coincidência aconteceu com o Atum, menos conhecido como Italo Limoli. (ao final da matéria ele mesmo explica o motivo desse apelido. Escuta lá!)

Em meados de 1996, Atum começou a frequentar a rua onde o primo Sisha, que não é conhecido como Cassiano, morava. O local é próximo ao Mercado da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Ele também estudou com o Lipe, outro morador do bairro. Ainda garoto, Atum foi formando um grupo de amigos, todos amantes de uma “pelada”. 

Atum (primeiro de cima) e alguns membros do Bagaceira em 2008


Os jogos começaram a se tornar frequentes à medida que a amizade entre eles ia crescendo. Durante a semana e aos sábados se encontravam em alguma quadra e no domingo em um campo. Até que em julho de 98, 18 garotos (perdoe mais essa rima) resolveram formar um time, o “Bananas de Pijamas”, que mais tarde virou a “Associação Esportiva Bagaceira”.

Atum é volante, daqueles que ficam mais recuados, dando apoio para a defesa. Ele inclusive já atuou como zagueiro. E, além de ser um dos fundadores do time, é o jogador que mais vestiu a camisa do “Bagaça” (carinhoso apelido dado pelos varzeanos). Entre as principais lembranças nesses 15 anos está uma partida dos “Jogos da Cidade”, em 2004. Em uma disputa por mata-mata os dois jogos terminaram empatados por 0 x 0. A decisão foi para os pênaltis. Atum bateu o último e balançou as redes. “Ai você olha pra trás e vê o time todo correndo em sua direção. Com certeza foi um dos momentos mais marcantes para mim”, relembra emocionado o camisa 4.


 A dor que o tirou dos gramados

Nos 15 anos em que jogou futebol de várzea Atum nunca se machucou. Até que em outubro de 2012, durante uma partida amistosa contra os “XI Garotos da Lapa F.C.”, um dos maiores rivais do Bagaceira, ele rompeu o ligamento e o menisco do joelho. Para voltar aos gramados, somente depois de cirurgia e muitas sessões de fisioterapia (eu juro que foi a última rima rs).

Quando senti a dor eu não queria acreditar. Já tinha visto meus amigos passarem por isso e sabia como era difícil. As dores ficaram insuportáveis e tive que fazer ressonância para ter certeza de que precisava operar”, conta Atum.
De volante a comandante 

Depois de cinco meses sem jogar futebol Atum, em tom de brincadeira, comentou que poderia ser treinador do Bagaça. O time estava sem comando, desde que o presidente, recuperado de lesão, saiu do banco de reservas e voltou a jogar. O papo começou a ficar sério e o nome dele ganhou força por ser um dos fundadores do time e, assim, ter o respeito dos novatos. 

“Ai o Fera (o presidente) pediu para eu dirigir o Bagaceira e eu aceitei, mas avisei que conheço de futebol tanto quanto os que estão em campo e não sou especialista em tática”, diz Atum em tom modesto, porém admite que percebeu o respeito que o elenco tinha por ele assim que tomou posse do novo cargo.


Atum como jogador na foto superior (em cima, quarto da direita para a esquerda) e como treinador na segunda imagem (em cima, primeiro da direita para a esquerda)


Questionado sobre a reação dos amigos ao serem substituídos ou levarem uma bronca do novo treinador, Atum não tem meias palavras: “Não me sinto mal tentando fazer o bem para o time”. Por outro lado já se sentiu desconfortável quando um jogador veio de outra cidade para jogar e não teve oportunidade de entrar em campo.

Apesar de gostar de ficar “do outro lado” com a prancheta na mão e sentir a mesma motivação para comparecer ao campo aos domingos, Atum confessa que quer voltar a vestir a camisa 4 em breve. Como técnico já foram 21 jogos, sendo 10 vitórias, cinco empates e seis derrotas. Além disso, o Bagaceira ficou com o 3º lugar na II Copa Pelezão, a melhor colocação da equipe em todos os campeonatos disputados.

Juliana Vaz - Qual é o diferencial da Associação Esportiva Bagaceira para outros times de futebol de várzea?

Bagaceira e amigos cantando "A Amizade",
do Fundo de Quintal


AtumNosso diferencial é a amizade. Quem entra no nosso time não quer sair, pois cria um vínculo que vai além do campo. Depois dos jogos nos encontramos em algum bar da Lapa. Celebramos as vitórias, lamentamos as derrotas, mas, principalmente, cultivamos o que temos de mais importante, a nossa amizade.

Apelido é coisa séria


O time do Bagaceira tem mais de 30 jogadores e a maioria é conhecido por apelidos, como Nilmar, Madu, Chucrutz, Léd, Fera, Crica, Speed, Essien, Costela, Caxa e Tintim.

Se você ficou curioso para saber de onde surgiu o apelido do nosso personagem clique no link abaixo e escute o próprio Italo contar como virou Atum.




2 comentários:

  1. História boa, mas alguns problemas. 1. O título é fraco. Podia chamar para a história dos apelidos no título. 2. Desnecessários esses comentários da repórter (não acrescentam nada). Bem legal o áudio explicando os apelidos.

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