terça-feira, 10 de setembro de 2013

Liga Paulistana de Futebol Amador não fará campeonato por falta de verba da prefeitura

Por Luiz Felipe Chaguri


A Liga Paulistana de Futebol Amador (LPFA) é a única liga de amador do município de São Paulo filiada a Federação Paulista de Futebol (FPF). Presidida por José Astolphi, ex-árbitro da FPF, a liga tem 1244 times conveniados e se aproveita da Lei de Incentivo ao Esporte para organizar campeonatos.

O Chuteiras no Terrão fez uma entrevista exclusiva com Astolphi e esmiuçou diversos pontos chave para a organização dos campeonatos da Liga.


José Astolphi, presidente da LPFA
Foto: Luiz Felipe Chaguri


A Liga Paulistana de Futebol Amador foi criada há oito anos por Walter Feldman, que era secretário municipal de esportes na época. Somente em 2010 ela saiu do papel com a iniciativa de Astolphi.

Com o grande número de equipes amadoras na cidade de São Paulo, a Liga não teve dificuldades de buscar times para seu primeiro campeonato. “O campeonato amador da capital começou com 280, depois 500, 700, 1000 e hoje temos 1244 times varzeanos. As equipes têm que ter estatuto e CNPJ".

O último campeonato disputado começou em 2012 e terminou esse ano. Foi o 6º Campeonato Paulista de Futebol Amador, também conhecido como Taça Brahma. A edição de 2012-2013 contou com mais de 900 equipes de toda a cidade de São Paulo. 

Com a maioria das equipes localizadas nas regiões leste e sul, os times disputam diversas fases de grupos, na qual todos jogam contra todos em turno e returno, até restarem apenas 128 equipes. “Essa fase inicial sempre teve apoio e investimento da SEME (Secretaria Municipal de Esportes). A partir dos 128 restantes encerra-se o contrato com a SEME e começa o convênio com o Ministério dos Esportes. Nessa etapa o Ministério dos Esportes deposita uma quantia de R$1,3 milhões no Banco do Brasil e as contas são devidamente pagas e prestadas pelo campeonato".


Flâmula do campeonato 2012/2013
Foto: Luiz Felipe Chaguri

Astolphi ressaltou o trabalho e o gasto para viabilizar a realização da fase final “para realizar o jogo nesta fase é bem mais trabalhoso. Uma ambulância por campo, arbitragem da federação e bola oficial do campeonato. Formam-se 32 grupos de quatro times (32 ambulâncias, 6 árbitros para cada campo e bolas para os dois jogos de cada grupo). Nessa fase de 128 times a Liga oferece 2 uniformes para cada time. Um de mandante e um de visitante. São 18 camisas, 18 meiões e 18 calções. Cada uniforme tem obrigatoriamente um patrocínio de um produto da Ambev, que é a patrocinadora-master do evento”.

Os atletas das equipes classificadas se inscrevem na FPF, para certificar que nenhum atleta é profissional. Assim como a inscrição dos atletas, a arbitragem passa a ser feita pela FPF, com os mesmos árbitros que atuam em partidas profissionais.


Na edição de 2012-2013 o Santos do Parque Regina foi o vencedor do evento, derrotando o GTX da Casa Verde por 2 a 1. A partida final aconteceu no Estádio do Pacaembu, com os portões abertos gratuitamente para o grande público. 


Foto: Divulgação


A edição 2013-2014 infelizmente não tem previsão para começar. “A prefeitura não liberou verba para a realização do torneio e sem esse apoio inicial fica muito difícil para montarmos um campeonato tão grande como o nosso. Eu fiz 6 campeonatos amadores da capital com o dinheiro da SEME. Esse ano eles não liberaram, então não fiz o campeonato até agora”, lamentou Astolphi.

A SEME foi procurada pelo Chuteiras no Terrão e preferiu não comentar sobre o assunto.

O mandato de Astolphi encerra-se em 2014 e ele pode ser reeleito por ser reconhecido pela sua disposição, trabalho e honestidade.


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